Avenida Zumkeller, 971 - Sala 06, Parque Mandaqui - São Paulo/SP
- (11) 2235-0505
- (11) 2373-4544
- (11) 91000-6084
Nossa missão
é somar sempre
Inflação reduz ganhos de trabalhador
Fonte: Jornal O Globo
Aguinaldo Novo
Com repique de preços, cai número de acordos que obtêm aumento real
O repique da inflação afetou o resultado das negociações salariais no primeiro semestre deste ano. Um balanço divulgado ontem pelo Dieese mostra que, de 309 acordos analisados em todo o país, 85,8% estipularam reajustes iguais ou superiores à inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Foi o menor percentual nos últimos três anos, abaixo do registrado pelo Dieese na primeira metade de 2006 (96,5%) e de 2007 (96,6%).
Ainda pelo estudo, os aumentos iguais ao INPC corresponderam a 12,3% dos acordos assinados entre janeiro e junho, contra 9,5% em 2007. E caiu a parcela de reajustes com ganho real (acima da inflação), de 87,1% para 73,5%. Já 14,2% das negociações não tiveram sucesso em repor pelo menos a inflação acumulada desde a última data-base, contra 3,4% no ano passado.
O estudo, estratificado por setor (indústria, comércio e serviços) e região geográfica, só não considerou as negociações realizadas por entidades de trabalhadores rurais e de funcionários públicos, devido às especificidades desses dois segmentos.
O Dieese afirma que seria precipitado fazer uma previsão para o resultado das negociações neste segundo semestre - que concentra a data-base de categorias com forte poder de organização, como metalúrgicos, bancários e petroleiros. Mas o relatório do Dieese ressalta que dados mais recentes apontam "certa acomodação dos preços, sugerindo mais a existência de um realinhamento de preços do que um processo de descontrole inflacionário".
Indústria e comércio: 80% dos reajustes acima inflação
Comércio e indústria foram os setores com maior concentração de reajustes salariais superiores à inflação, com percentuais de 81,3% e 80%, respectivamente. Nos serviços, o resultado foi de 64%. Por região geográfica, Sul e Centro-Oeste registraram os melhores resultados: cerca de 85% dos acordos terminaram com aumentos reais. No sentido inverso, o pior resultado foi encontrado nos estados do Norte: 62,5%.
O Dieese mediu ainda a forma de aplicação dos reajustes. Os aumentos escalonados - concessão de reajustes diferenciados segundo faixas salariais - estiveram presentes em 10% dos registros, repetindo o patamar observado desde 2003. Já a concessão de reajustes combinados com o pagamento de abono salarial - prêmio que não é incorporado aos vencimentos regulares dos trabalhadores - foi aplicado em 6% dos acordos, dentro da média histórica.