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SPC aponta alta de 5,7% no nível de inadimplência em janeiro
Na comparação com janeiro de 2009, porém, a inadimplência caiu 3,14%.
A inadimplência no comércio varejista cresceu 5,67% em janeiro em relação a dezembro do ano passado, de acordo com dados divulgados pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) nesta quinta-feira.
De acordo com a confederação, o aumento nos atrasos de pagamentos se deve ao maior comprometimento da renda dos consumidores com os gastos de fim de ano e com os tradicionais de janeiro, como matrícula e material escolar e impostos.
Na comparação com janeiro de 2009, porém, a inadimplência caiu 3,14%. `O resultado se deve principalmente ao aumento do rendimento real e à evolução do crédito ao consumidor`, afirma a CNDL em nota.
Já o número de consultas ao SPC Brasil (Serviço Nacional de Proteção ao Crédito) - que são feitas em casos de compras a prazo e pagamento em cheque teve queda significativa em relação a dezembro de 25,83% por conta das grandes vendas registradas no último mês do ano. Em relação a janeiro de 2009, as consultas cresceram 7,11%.
O maior número de inadimplentes (54,01%) se deu nas faixas acima de R$ 100. `A concentração em valores mais altos é explicado pela redução do IPI de móveis e eletrodomésticos, que facilitou as compras de bens de maior valor agregado`, completa a nota.
Houve queda de 19,03% no número de regularização de débitos em janeiro. No mês passado, as mulheres continuaram sendo as que mais pagaram suas dívidas (55,82%).
Juros
Para o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Júnior, a queda na inadimplência em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano passado mostra uma tendência que, se concretizada, pode ajudar a diminuir as taxas de juros no comércio varejista, já que o lojista terá um risco menor de não receber o dinheiro.
`Se concretizando a redução de risco, nós, mesmo que tenhamos um aumento para o consumidor da [taxa básica de juros] Selic, um pode compensar o outro`, afirmou.
Pellizzaro criticou ainda as previsões feitas pelo mercado financeiro de aumento na Selic nos próximos meses por parte do Banco Central.
`É uma situação muito simplista você combater essa questão inflacionária só com taxa de juros. O BC deveria pensar junto com o Ministério da Fazenda uma outra solução`, completou.